Corro o risco são francisco de encantar-me por elas? Vou abrir minhas
janelas, vou beijar todas as bocas, hoje a vida se apresenta como um
risco.
Amanhã precipício,
e é tão longe.
Quero-a hoje, agora, em meus
silencios. Entra pela janela, furtiva, e foge comigo pra berlim.
Amanhã será outrem. Os perigos são demais, os amores escasseiam, as mentiras apavoram
Não quero as provas de amor, quero beijos
Eu que nem mesmo sei
o gosto das minhas comidas
as feridas
Vou abrir o ventre
deste amor avaro
pois que as paixões não entorpecem elas disseminam
E eu esqueço
domingo, 30 de dezembro de 2012
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
O amor do adeus
Este é o amor, todo o amor:
Chagas de deus.
Meu coração ensanguentado vaza teus perfumes
e faz manhãs nascerem em meu seio para aquecer-te o sol em meus olhos
Faz um luzeiro nas noites, faz
Cócegas nas estrelas
E eriça a cauda de cometas
Como poderão as fontes secarem se o meu amor alimenta-as com as lágrimas
Tua distância e
Inconstância criam as vagas
Os temporais,
Meu naufrágio
Mas irei ancorar em praias brancas de corpos e mel que brota de beijos
e a fina camada de pelos no rosto de um jovem homem que me quer com os desejos de todo seu jovem torso recém exposto aos temporais da masculinidade, ele e todos os sorrisos nos verdes olhos dos outros homens maduros como uvas que bebem em meu seio as forças com que me povoam
e as mulheres jovens de pernas graciosas e sorrisos de água
e as mulheres torneadas por anos em suas ancas que pesam sobre meu corpo sua ansiosa feminilidade
Este é o amor, meu amor
corpo de puta
minha pele untada em óleos dos amantes que arriscam seus desejos em minhas coxas
escorre para tuas mãos
e faz as águas rugirem em meu sexo para dar à tua sede, quando os vinhos das tantas bocas amortecerem os sonhos
Guardarei teu sono com sonhos de correntes e garras
Com a alta lua e os silêncios
Como as lagoas profundas e as as torrentes caudalosas prometem o mar
às ondas e gaivotas
Mas só há o mar para os afogados entre os homens, eu os afogarei com meu pranto, ou com meu sexo voraz
e com as incontáveis palavras que não se diz
Este é o amor, o meu amor e o teu, e o amor dos outros
E os amores todos que causei
Não haverá sombra na tarde que se inicia com sóis duplos, com lesmas sem rastros, com peixes com sede
Não haverá rumores no silêncio das pedras.
Não haverá beijos neste amor desesperado
Somente o presente meu para o teu
Somente as memórias da água, que não escrevem-se em palavras, que não desenham imagens, que são só
Esquecimento.
Chagas de deus.
Meu coração ensanguentado vaza teus perfumes
e faz manhãs nascerem em meu seio para aquecer-te o sol em meus olhos
Faz um luzeiro nas noites, faz
Cócegas nas estrelas
E eriça a cauda de cometas
Como poderão as fontes secarem se o meu amor alimenta-as com as lágrimas
Tua distância e
Inconstância criam as vagas
Os temporais,
Meu naufrágio
Mas irei ancorar em praias brancas de corpos e mel que brota de beijos
e a fina camada de pelos no rosto de um jovem homem que me quer com os desejos de todo seu jovem torso recém exposto aos temporais da masculinidade, ele e todos os sorrisos nos verdes olhos dos outros homens maduros como uvas que bebem em meu seio as forças com que me povoam
e as mulheres jovens de pernas graciosas e sorrisos de água
e as mulheres torneadas por anos em suas ancas que pesam sobre meu corpo sua ansiosa feminilidade
Este é o amor, meu amor
corpo de puta
minha pele untada em óleos dos amantes que arriscam seus desejos em minhas coxas
escorre para tuas mãos
e faz as águas rugirem em meu sexo para dar à tua sede, quando os vinhos das tantas bocas amortecerem os sonhos
Guardarei teu sono com sonhos de correntes e garras
Com a alta lua e os silêncios
Como as lagoas profundas e as as torrentes caudalosas prometem o mar
às ondas e gaivotas
Mas só há o mar para os afogados entre os homens, eu os afogarei com meu pranto, ou com meu sexo voraz
e com as incontáveis palavras que não se diz
Este é o amor, o meu amor e o teu, e o amor dos outros
E os amores todos que causei
Não haverá sombra na tarde que se inicia com sóis duplos, com lesmas sem rastros, com peixes com sede
Não haverá rumores no silêncio das pedras.
Não haverá beijos neste amor desesperado
Somente o presente meu para o teu
Somente as memórias da água, que não escrevem-se em palavras, que não desenham imagens, que são só
Esquecimento.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Negros
Os teus olhos povoam os meus
quando se fecham, promessas ou
sono, quando me olham
desejos
e luz
que me ilumina
que me fascina
que seja sempre ou nunca
Infinitamente
Eu
quero
em
mim
quando se fecham, promessas ou
sono, quando me olham
desejos
e luz
que me ilumina
que me fascina
que seja sempre ou nunca
Infinitamente
Eu
quero
em
mim
Eu abrirein a porta
E tu estarás sorrindo
Sentada ao sol da janela
panorâmica do jardim
E terás o gosto de avelãs
em chocolate tenro
Não haverá partidas
E só chegadas
Não importa que eu esteja exangue e tu esquecida
Será domingo
Por meu decreto de deusa
Em todos os dias
neste coração de rubi
onde te amo ainda
E tu estarás sorrindo
Sentada ao sol da janela
panorâmica do jardim
E terás o gosto de avelãs
em chocolate tenro
Não haverá partidas
E só chegadas
Não importa que eu esteja exangue e tu esquecida
Será domingo
Por meu decreto de deusa
Em todos os dias
neste coração de rubi
onde te amo ainda
7. Anotações para teu deserto
- Ninguém vai te amar tão perfeitamente, mas alguns vão te amar comparativamente.
- Feche os olhos, goze, e suspire no final.
- Lembrei, faça sexo. Pratique.
Puta merda, melhore.
Tenha isso como uma meta, onde você quer chegar: onde eu levei você, no meu corpo
- Não me fazes feliz. Eu sou
- Não existe uma dor que não seja substituida por uma dor maior: a minha
foi substituída pela tua.
- Meu amor não foi bom. É voraz.
- Qualquer corpo é o simulacro do amor.
(Não quer dizer que seja menos intenso, ou belo
pois
Eu o quero,
qualquer)
No amor, deposita-se coisas como bricabraques de palavras
e no acaso de um encontro entre os corpos, a nudez responsabiliza-se pelo encontro.
- O teu deserto são minhas águas.
- O dragão tem um santo que ele carrega como um fardo.
(Ou lembranças)
- Eu tenho a ti que é meu santo
E o meu dragão cravaste tuas unhas sanguinolentas: veneno de mulher que
vaza nos meus olhos.
Curo-me de ti com dois homens lindos, uma mulher que me quer numa medida extrema, e cães, pássaros e alecrins, sabão de cheiro,
a chuva
e o caminho.
- Feche os olhos, goze, e suspire no final.
- Lembrei, faça sexo. Pratique.
Puta merda, melhore.
Tenha isso como uma meta, onde você quer chegar: onde eu levei você, no meu corpo
- Não me fazes feliz. Eu sou
- Não existe uma dor que não seja substituida por uma dor maior: a minha
foi substituída pela tua.
- Meu amor não foi bom. É voraz.
- Qualquer corpo é o simulacro do amor.
(Não quer dizer que seja menos intenso, ou belo
pois
Eu o quero,
qualquer)
No amor, deposita-se coisas como bricabraques de palavras
e no acaso de um encontro entre os corpos, a nudez responsabiliza-se pelo encontro.
- O teu deserto são minhas águas.
- O dragão tem um santo que ele carrega como um fardo.
(Ou lembranças)
- Eu tenho a ti que é meu santo
E o meu dragão cravaste tuas unhas sanguinolentas: veneno de mulher que
vaza nos meus olhos.
Curo-me de ti com dois homens lindos, uma mulher que me quer numa medida extrema, e cães, pássaros e alecrins, sabão de cheiro,
a chuva
e o caminho.
Anotações de um deserto
1. Amo. E não desejo retribuição. E sim amor.
2. Amo. Mas não é: eu te amo. Amo o amor em qualquer corpo, não nos despojos de teu cansaço.
3. Amo a nós, e nós se desfazem: portanto não é o simulacro do amor.
4. Desfaço o nós.
Nós não desfaço (te dou presente para saudades -
E vai doer)
5. Serei ausência. Vazio. Oco.
E vai doer.
E será mais duro nas tardes longas e selvagens
no topo do mundo. Serás tão só.
2. Amo. Mas não é: eu te amo. Amo o amor em qualquer corpo, não nos despojos de teu cansaço.
3. Amo a nós, e nós se desfazem: portanto não é o simulacro do amor.
4. Desfaço o nós.
Nós não desfaço (te dou presente para saudades -
E vai doer)
5. Serei ausência. Vazio. Oco.
E vai doer.
E será mais duro nas tardes longas e selvagens
no topo do mundo. Serás tão só.
O amor que te tenho
O maor que te tenho é
Definitivo
Divino gozo
Infinito
Passo elástico sobre o abismo
cordas
a resgatar teu riso
(Esforço inútil)
Espaço ou tempo de dizer
Te amo
até partir
Definitivo
Divino gozo
Infinito
Passo elástico sobre o abismo
cordas
a resgatar teu riso
(Esforço inútil)
Espaço ou tempo de dizer
Te amo
até partir
Coragem
Eu mato um leão por dia
com minhas mãos
Com meu coração de fogo
e meu corpo de águas
e minha cabeça
de vento
Eu vou desenvolvendo janeiros até
chegar por abril e me deixar
com saudades de você.
E com certezas de que foi um possível um improvável um irreversível
caso de amor sem regrets
Carrego oito até 21 ( e são anos os oito em 21 de abril)
e em 17 as chuvas lavarão seus beijos em mim
Será novembro, enfim, o tempo foi-se
E o presente
eu te darei
futuramente
Eternamente
em tua outra definitiva vida
com minhas mãos
Com meu coração de fogo
e meu corpo de águas
e minha cabeça
de vento
Eu vou desenvolvendo janeiros até
chegar por abril e me deixar
com saudades de você.
E com certezas de que foi um possível um improvável um irreversível
caso de amor sem regrets
Carrego oito até 21 ( e são anos os oito em 21 de abril)
e em 17 as chuvas lavarão seus beijos em mim
Será novembro, enfim, o tempo foi-se
E o presente
eu te darei
futuramente
Eternamente
em tua outra definitiva vida
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Poema desmemoriado
Escrevi uma história
Perdi a memória
Se te encontrei eu já nem sei
Nem vi
Teu rosto em meu rosto tatuado
Meu corpo pesado de ter o teu
Também já não sei
Se te perdi, se louca desfrutei de ti
Expulsei teu gosto
De minha boca e imprimi
Uma reportagem nua
no jornal local
Perdi a memória
Se te encontrei eu já nem sei
Nem vi
Teu rosto em meu rosto tatuado
Meu corpo pesado de ter o teu
Também já não sei
Se te perdi, se louca desfrutei de ti
Expulsei teu gosto
De minha boca e imprimi
Uma reportagem nua
no jornal local
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Eu sei, já doeu demais e agora não existe como esta dor segurar
Ela vai extravazar e te ferir, já
não existe uma forma de amor
que te proteja e te cuide assim
eu acordo todas as manhãs com a dor em minha boca
e uma cegueira em meus olhos
para evitar de te ver.
Assim não dá
Pra te sorrir
Pra te dizer
Que vai sarar
Não vai curar, não desaparece naquela curva do tempo. Cicatriz que rasga fundo
faz-me cínica: o coração é
só uma bomba
que explodirá
Esteja certo.
Esteja pronto.
O estilhaço pode cegar
Como acabou meu riso
Abrupto
(Assim é o fim dos homens,
Nada).
Ela vai extravazar e te ferir, já
não existe uma forma de amor
que te proteja e te cuide assim
eu acordo todas as manhãs com a dor em minha boca
e uma cegueira em meus olhos
para evitar de te ver.
Assim não dá
Pra te sorrir
Pra te dizer
Que vai sarar
Não vai curar, não desaparece naquela curva do tempo. Cicatriz que rasga fundo
faz-me cínica: o coração é
só uma bomba
que explodirá
Esteja certo.
Esteja pronto.
O estilhaço pode cegar
Como acabou meu riso
Abrupto
(Assim é o fim dos homens,
Nada).
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Outra
Uma mulher em meu leito
Um corpo em meio ao gozo
- Um vento quente e ríspido
age nas saias e no mundo
e ela se encosta, e me
afaga a nuca e me beija a pele
definitiva e breve
que o meu sono se esvai
como uma gota no ralo como um pedaço de folha neste vento brusco da manhã
Ela me deixa indócil
Ela me pega quente
Ela me faz em água
E eu lhe queimo o ventre
A mulher que chega agora
Se ri
e me gusta
ela gemer de gozo, e quer mais
Um corpo em meio ao gozo
- Um vento quente e ríspido
age nas saias e no mundo
e ela se encosta, e me
afaga a nuca e me beija a pele
definitiva e breve
que o meu sono se esvai
como uma gota no ralo como um pedaço de folha neste vento brusco da manhã
Ela me deixa indócil
Ela me pega quente
Ela me faz em água
E eu lhe queimo o ventre
A mulher que chega agora
Se ri
e me gusta
ela gemer de gozo, e quer mais
Acidente
Tropecei em um silêncio
quase que minha bússola quebrou
mas não foi tal
eu consegui
resgatar
o riso pouco, a letra torta e a palavra amor
quase que minha bússola quebrou
mas não foi tal
eu consegui
resgatar
o riso pouco, a letra torta e a palavra amor
Do modo Manoel
Anoiteceu um jambreiro pousado de aves
e meu peito ficou pesado feito casa
e doído quando amanheceu
Arrastei saudade
pelo dia todo em meu riso
e você foi matando um a um
os piolhinhos que
me faziam cócegas
e meu peito ficou pesado feito casa
e doído quando amanheceu
Arrastei saudade
pelo dia todo em meu riso
e você foi matando um a um
os piolhinhos que
me faziam cócegas
domingo, 9 de dezembro de 2012
Promessa
Arranco o toco
Assopro a vela
Navegarei em qualquer mar
sem uma bússola
Vou me lançar presidente do planeta do Principezinho
e atirarei pedras a estrelas brancas e buracos negros
Farei de mim um aríete de palavras para tapar o sol com seus bordados (se estiver muito quente),
e lambuzar de mel o corpo de um amor
Palavras
um colar de letras, um vibrar de cordas
e tão mortais como as vespas e os leões,
Estarei na beira dos precipícios, no alto das montanhas, nas curvas do rio
e nas promessas dos frutos que cada flor que te dei traz
Assopro a vela
Navegarei em qualquer mar
sem uma bússola
Vou me lançar presidente do planeta do Principezinho
e atirarei pedras a estrelas brancas e buracos negros
Farei de mim um aríete de palavras para tapar o sol com seus bordados (se estiver muito quente),
e lambuzar de mel o corpo de um amor
Palavras
um colar de letras, um vibrar de cordas
e tão mortais como as vespas e os leões,
Estarei na beira dos precipícios, no alto das montanhas, nas curvas do rio
e nas promessas dos frutos que cada flor que te dei traz
O Poema
O poema me pega pela jugular
Fico atenta
Ás suas mãos de lâminas
Ao corpo de juras de amor
que arrancam minha pele qual ácido
O poema ataca
A manhã nem veio ainda
eele me tira do sono e
me joga no mundo, avesso
aos horários
qurendo que meu sonho seja
o território já conquistado.
Fico atenta
Ás suas mãos de lâminas
Ao corpo de juras de amor
que arrancam minha pele qual ácido
O poema ataca
A manhã nem veio ainda
eele me tira do sono e
me joga no mundo, avesso
aos horários
qurendo que meu sonho seja
o território já conquistado.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Sereia
As sereias, oh sonho, repousam nas praias do meu corpo, elas
Sorriem e suas mãos enternecidas
Carregam meus seios de leite
Produzem meu gozo de águas
e vão,
Pelo mar
Nas espumantes ondas, na água verde
E seus cabelos de algas
E seu hálito de sal
Um emaranhado de lendas
Em vergões na pele branca
Sorriem e suas mãos enternecidas
Carregam meus seios de leite
Produzem meu gozo de águas
e vão,
Pelo mar
Nas espumantes ondas, na água verde
E seus cabelos de algas
E seu hálito de sal
Um emaranhado de lendas
Em vergões na pele branca
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Acordo, em meio à madrugada lacrimosa de chuva.
E meu corpo faz doer de modo que não posso mesmo dizer que você me dói.
A vida me dói.
Desejo ir para o Butão
Desejo ir a Saturno
Não sei como repousar, como ganhar calma neste ar denso e absoluto em seus perfumes.
ao falo.
Não ouço.
Poderia não ver.
Desejo fazer ioga.
Desejo andra sob a chuva intensa em minha bicicleta cor de roxo
Desejo: nada.
Como poderei descansar.
Eu me...(como se diz doer na primeira pessoa?)
E meu corpo faz doer de modo que não posso mesmo dizer que você me dói.
A vida me dói.
Desejo ir para o Butão
Desejo ir a Saturno
Não sei como repousar, como ganhar calma neste ar denso e absoluto em seus perfumes.
ao falo.
Não ouço.
Poderia não ver.
Desejo fazer ioga.
Desejo andra sob a chuva intensa em minha bicicleta cor de roxo
Desejo: nada.
Como poderei descansar.
Eu me...(como se diz doer na primeira pessoa?)
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Faz tempo
Faz um tempo bom de pássaros hoje, um tempo
com iluminação indireta, o sol na lateral dos muros e teu olhar
Esse, atrás dos óculos naquela manhã que já nem lembro,
está nu
em minha mágoa
Faz um tempo de sal, com a umidade entranhada nas pedras
e minhas mãos mais úmidas
como fora tua pele em meu seio
e a respiração entrecortada
e suor extremo
entre tremores
Faz este tempo, faz muito tempo
E eu recorro a homens e mulheres fugazes, a desejos trânsfugos que cansam
A sorrisos cálidos e gentis
Se tua voz meus ouvidos resgatassem
Faria um tempo agora
Sem tempo
Mas já passei, e teus rumores são lembranças
Num rio áspero, na carne tenra, nos músculos que asseguram que eu sou
Definitiva eu sou
em fogo e águas
com iluminação indireta, o sol na lateral dos muros e teu olhar
Esse, atrás dos óculos naquela manhã que já nem lembro,
está nu
em minha mágoa
Faz um tempo de sal, com a umidade entranhada nas pedras
e minhas mãos mais úmidas
como fora tua pele em meu seio
e a respiração entrecortada
e suor extremo
entre tremores
Faz este tempo, faz muito tempo
E eu recorro a homens e mulheres fugazes, a desejos trânsfugos que cansam
A sorrisos cálidos e gentis
Se tua voz meus ouvidos resgatassem
Faria um tempo agora
Sem tempo
Mas já passei, e teus rumores são lembranças
Num rio áspero, na carne tenra, nos músculos que asseguram que eu sou
Definitiva eu sou
em fogo e águas
domingo, 2 de dezembro de 2012
A short shelf life
Você pode perder a roupa perder a pele
Pode vestir o gozo
Voar sem rumo
Cair nos ares até os abismos
Você pode romper o tempo erraticamente, mover distâncias
Zombar de mim.
Eu posso e faço enfim.
Eu dispo os medos as sedas a derme e a epiderme de strass do seu desejo
Traço vôos por toda a Terra
Ocupo o espaço, qualquer planeta
Meu tempo é hoje, te dou:
Presente
Meu gozo é puro
Também é muito
E qualquer um
Pode vestir o gozo
Voar sem rumo
Cair nos ares até os abismos
Você pode romper o tempo erraticamente, mover distâncias
Zombar de mim.
Eu posso e faço enfim.
Eu dispo os medos as sedas a derme e a epiderme de strass do seu desejo
Traço vôos por toda a Terra
Ocupo o espaço, qualquer planeta
Meu tempo é hoje, te dou:
Presente
Meu gozo é puro
Também é muito
E qualquer um
domingo, 25 de novembro de 2012
Os lugares
Os lugares amplificam os homens
e os atos dos homens
como cemitérios nos tornam
muito conscios da passagem
do tempo e dignos
e as padarias aquecem
e fazem dos gestos a partilha,
meio cristianamente
delicadamente templos
Mas os circos, estes sim
nos falam de abismos, e vôos
e de uma secreta vida após
a caixa do mágico
e seu riso é absolutamente essencial
ao sonho
Para O., que espero que possa ler e entrelinhasler
e os atos dos homens
como cemitérios nos tornam
muito conscios da passagem
do tempo e dignos
e as padarias aquecem
e fazem dos gestos a partilha,
meio cristianamente
delicadamente templos
Mas os circos, estes sim
nos falam de abismos, e vôos
e de uma secreta vida após
a caixa do mágico
e seu riso é absolutamente essencial
ao sonho
Para O., que espero que possa ler e entrelinhasler
Cantada
Filetes de gozo em tua pele
e eu nua
Sabores de sal em meu beijo
e eu tua
Nem que seja por esta noite
E de ti eu mal saiba o nome
Mesmo que sejas tão doce
E que me tragas pásaros e mel
Vou rever teu corpo em qualquer gozo
nesta manhã que se desfaz
(Não me dê seu telefone,
porque eu não sei o que falar)
e eu nua
Sabores de sal em meu beijo
e eu tua
Nem que seja por esta noite
E de ti eu mal saiba o nome
Mesmo que sejas tão doce
E que me tragas pásaros e mel
Vou rever teu corpo em qualquer gozo
nesta manhã que se desfaz
(Não me dê seu telefone,
porque eu não sei o que falar)
Vento
A flor entreabriu em meus olhos
Sua corola de roxos perfumes
Eu me afoguei
Em tuas saudades e
nada faz desta tarde
Definitiva. Pernoito
Sou vasta como a Via Láctea no céu de mato
e fria como um rio de madrugada
Você me daria um beijo seu se eu
pedisse?
E me daria um novo coração
se o tivesse?
Amanheço com gosto de areia
quando fui concha
E minhas folhas caem num chão
sem bichos... Permaneço como folha
Quando quero ser vento.
Você me faria rasgos
Se eu te amasse?
Sua corola de roxos perfumes
Eu me afoguei
Em tuas saudades e
nada faz desta tarde
Definitiva. Pernoito
Sou vasta como a Via Láctea no céu de mato
e fria como um rio de madrugada
Você me daria um beijo seu se eu
pedisse?
E me daria um novo coração
se o tivesse?
Amanheço com gosto de areia
quando fui concha
E minhas folhas caem num chão
sem bichos... Permaneço como folha
Quando quero ser vento.
Você me faria rasgos
Se eu te amasse?
sábado, 17 de novembro de 2012
Com Herbero Helder, “O AMOR EM VISITA” ou O desejo do amor em visita a meu corpo:
“Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.”
Encantarei talvez o tempo para que nos esqueça e
não passe em nós, mas por nós. Deixando em seu rastro uma infinitude que supera
as eternidades embaladas em futuros, e será sempre o presente, o meu presente
para ti!
“Cantar?
Longamente cantar,
Uma mulher com quem beber e morrer.”
Escolherei as ervas e os grãos com que farei tua
comida, por que comeremos a beira de lagoas e à margem de silêncios encarnados
espreitando os desejos após o pequeno almoço. Nos deitaremos à sombra dos dias
sem horas, e repousaremos em concha até que o desejo desperte em ti a fome de
mim,
E cultuarei tua sede em minhas águas, e em doses
fortes
E caminharei contigo para o desaparecimento que é
existir sempre em nós mesmas!
“Seu corpo arderá para mim
sobre um lençol mordido por flores com água.”
E meu corpo queimará os desejos, e os corpos dos
que vierem serão despojos sobre o que faremos nosso gozo; e os beijos serão
paisagens de que arrancaremos as cores para nosso sangue; e os perfumes, e as
unhas, e as bocas alimentarão cada dente e cada rasgo que farei em tua branca
vestimenta da carne.
“E enquanto manar de minha carne uma videira de sangue,
cantarei seu sorriso ardendo,
suas mamas de pura substância,
a curva quente dos cabelos.
Beberei sua boca,”
Abrirei sua selada câmara, seu desejo escorrerei em
meus dedos e acolherei os espasmos de seu gozo em minha boca e minhas mãos...E
meu peso será em ti um instrumento de vôo.
“Nem sempre me incendeiam o acordar das ervas e a estrela
despenhada de sua órbita viva.
- Porém, tu sempre me incendeias.”
Meu corpo tem fogos que não se apagam em quaisquer
frescores e lábios; Meus olhos têm visões que em teu corpo se realizam
Minhas mãos ocupam muitos corpos mas não as
preenchem, só tu sacias a fome e a sede que em mim multiplicadas vivem
“...não te esquecem meus corações de sal e de brandura.”
Tudo em mim ecoa o desejo de ti, e o encontro, e
enhum outro encontro faz estas sensações de plenitude com que me vens.
“Entontece meu hálito com a sombra,
tua boca penetra a minha voz como a espada
se perde no arco.
E quando gela a mãe em sua distância amarga, a lua
estiola, a paisagem regressa ao ventre, o tempo
se desfibra - invento para ti a música, a loucura
e o mar.”
Inventarei um lugar que queiras e para onde
fujas...
Teus medos apagados, destituídos de esperas, tuas
redes de segurança inutilizadas...
E nós seremos o paraíso que ascende às terras altas
e aos montes e talvez às praias
E seremos únicas e deusas, sem tempo e seu distâncias, sem despojos, sem vestes,
despidas da necessidade dos mundos
“Vou para ti com a beleza oculta,
o corpo iluminado pelas luzes longas.
Digo: eu sou a beleza, seu rosto e seu durar. Teus olhos
transfiguram-se, tuas mãos descobrem
a sombra da minha face. Agarro tua cabeça
áspera e luminosa, e digo: ouves, meu amor?, eu sou
aquilo que se espera para as coisas, para o tempo -
eu sou a beleza.
Inteira, tua vida o deseja. Para mim se erguem
teus olhos de longe. Tu própria me duras em minha velada beleza.”
Entregarei para ti esta poção que faz o amor arder
a frio: Serei deusa e criarei teu corpo.
“As coisas nascem de ti
como as luas nascem dos campos fecundos,
os instantes começam da tua oferenda
como as guitarras tiram seu início da música nocturna.”
Alinharei os planetas no teu rumo
E aportarei meu reino sob tua bandeira
Antes da viração, eu prometo, aportarei no teu gozo.
“- No entanto és tu que te moverás na matéria
da minha boca, e serás uma árvore
dormindo e acordando onde existe o meu sangue. “
O amor entre nós é este: núcleo ígneo de rocha
fria; pedra na torrente; breu no meio do sol;
Teu corpo calculadamente penso
Meu corpo absolutamente em queda
E a alma ardente
Braseiro de fogo alto
e as águas de teu gesto
sobre minhas terras emersas...
“As águas que um dia nasceram onde marcaste o peso
jovem da carne aspiram longamente
a nossa vida. As sombras que rodeiam
o êxtase, os bichos que levam ao fim do instinto
seu bárbaro fulgor, o rosto divino
impresso no lodo, a casa morta, a montanha
inspirada, o mar, os centauros do crepúsculo
- aspiram longamente a nossa vida.
Por isso é que estamos morrendo na boca
um do outro. Por isso é que
nos desfazemos no arco do verão, no pensamento
da brisa, no sorriso, no peixe,
no cubo, no linho, no mosto aberto
- no amor mais terrível do que a vida.”
Agora,amor, abre a boca, morde os dentes em meus
lábios, passa
Um doce sabor na saliva
desliza a mão pelo corpo
e pesa
sobre o meu
Poderia
ser um acaso, uma história
Quando duas luzes em teus olhos abriram janelas em
meu peito
E crivou tua voz no meu amor,
poderia ser história,
Não fora o gozo
quase eterno.
sábado, 15 de setembro de 2012
Saudades
Um segundo
Outro segundo
Vítreo rio que escorre lento e quente entre as curvas deste corpo feto soluçante sobre a cama
(Drama)
Um minuto
Outro
Vaga-se pela casa, os quartos imensos oprimem cada osso que se dobra dobra e não se rompe
numa caixa torácica em que não cabe o ar
e as chamas as chamas não permitem a saída das lagrimas, as águas:
Só resta sal
Uma hora
E outra
Enredadas em cada fio de lembrança que se trança e
a presa exangue
entregue
frente a retratos a risos ao cadeirão à janela, ao cigarro aceso, ao café, ao lume, às pedras quentes do quintal de conchas
ao vento morno dessa qualquer tarde que são as todas tatuadas em mim
Um dia
Dois
E não sossego
E sua ausência me remove o gume
Dentro do silêncio que carrega palavras antigas em folhas soltas de papel de cor, e
nos muros recém pintados as tintas somem apagando aquilo que não não se desfaz de mim
Quisera o mundo fosse Raimundo ou fosse Antonio e talvez Fellipe,e mais Eduardo e John e seus saltimbancos
E fosse Robert e fosse Zé
Ou Mal e Val e Ale e Su e Pri e Pam e Li e She
E quem sem nome e quem sem olhos e quem sem cheiro, e só um corpo e só uma noite e só o sexo,
E seus beijos calmos
e seus beijos loucos
e seu corpo que eu já nem sei qual é
Mas só existe este não tempo
o espaço bruto de um precipício
Seu rosto e cheiro e nome e forma seus olhos o riso a cor o gosto a água
a água escura a água clara a água tanta a água fria a água quente e toda água
em minha sede
que já não passa
Só resta a mim
nestas lembranças
o sangue
o sumo de um silêncio
e o poema que não me cura o amor por ti
Um ano
Outro
Um século
Outro
O infinito enquanto eu dur(m)o
Outro segundo
Vítreo rio que escorre lento e quente entre as curvas deste corpo feto soluçante sobre a cama
(Drama)
Um minuto
Outro
Vaga-se pela casa, os quartos imensos oprimem cada osso que se dobra dobra e não se rompe
numa caixa torácica em que não cabe o ar
e as chamas as chamas não permitem a saída das lagrimas, as águas:
Só resta sal
Uma hora
E outra
Enredadas em cada fio de lembrança que se trança e
a presa exangue
entregue
frente a retratos a risos ao cadeirão à janela, ao cigarro aceso, ao café, ao lume, às pedras quentes do quintal de conchas
ao vento morno dessa qualquer tarde que são as todas tatuadas em mim
Um dia
Dois
E não sossego
E sua ausência me remove o gume
Dentro do silêncio que carrega palavras antigas em folhas soltas de papel de cor, e
nos muros recém pintados as tintas somem apagando aquilo que não não se desfaz de mim
Quisera o mundo fosse Raimundo ou fosse Antonio e talvez Fellipe,e mais Eduardo e John e seus saltimbancos
E fosse Robert e fosse Zé
Ou Mal e Val e Ale e Su e Pri e Pam e Li e She
E quem sem nome e quem sem olhos e quem sem cheiro, e só um corpo e só uma noite e só o sexo,
E seus beijos calmos
e seus beijos loucos
e seu corpo que eu já nem sei qual é
Mas só existe este não tempo
o espaço bruto de um precipício
Seu rosto e cheiro e nome e forma seus olhos o riso a cor o gosto a água
a água escura a água clara a água tanta a água fria a água quente e toda água
em minha sede
que já não passa
Só resta a mim
nestas lembranças
o sangue
o sumo de um silêncio
e o poema que não me cura o amor por ti
Um ano
Outro
Um século
Outro
O infinito enquanto eu dur(m)o
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Antonio
Antono é gitano, antonios e antinoos
Todo antônimo de mim
Pego sua boca vermelha
sua pele de branco floral
suas mãos que tem calos
sua voz que me cala
e seus gemidos
Antonio me gosta
amassa meus seios
Eu sei que é por hoje somente
Mas agora
Quero mais
Todo antônimo de mim
Pego sua boca vermelha
sua pele de branco floral
suas mãos que tem calos
sua voz que me cala
e seus gemidos
Antonio me gosta
amassa meus seios
Eu sei que é por hoje somente
Mas agora
Quero mais
Uma mulher
Uma mulher em meu leito
Um corpo em meu gozo
- Um vento quente e ríspido
age nas saias, e no mundo
e ela se encosta, e me afaga a nuca e me beija a pele definitiva e breve
que o meu sono se esvai
como uma gota no ralo como
um pedaço de folha neste vento brusco da manhã
Ela me deixa indócil
Ela me pega quente
Ela me faz em água
E eu lhe queimo o ventre
A mulher se ri e me gosta
Geme de gozo e quer mais
Um corpo em meu gozo
- Um vento quente e ríspido
age nas saias, e no mundo
e ela se encosta, e me afaga a nuca e me beija a pele definitiva e breve
que o meu sono se esvai
como uma gota no ralo como
um pedaço de folha neste vento brusco da manhã
Ela me deixa indócil
Ela me pega quente
Ela me faz em água
E eu lhe queimo o ventre
A mulher se ri e me gosta
Geme de gozo e quer mais
Morro de saudade, e a culpa é sua
Você já percorreu os caminhos
de um corpo? Já viu
que os pelos recusam carinho
se fazem espinhos
eriçam nos cães
e nas costas das mulheres
que gemem
que criam sussurros
(que são uns outros caminhos)
que são um roteiro
Dos seios ao ventre
Da boca ao olho
Da coxa ao sexo
Mulheres derramam
ao toque das letras na palavra que eu desenho nas mãos
de um corpo? Já viu
que os pelos recusam carinho
se fazem espinhos
eriçam nos cães
e nas costas das mulheres
que gemem
que criam sussurros
(que são uns outros caminhos)
que são um roteiro
Dos seios ao ventre
Da boca ao olho
Da coxa ao sexo
Mulheres derramam
ao toque das letras na palavra que eu desenho nas mãos
sábado, 4 de agosto de 2012
Amor vagabundo
Eu faço poemas de renda
tecidos com o algodão plantado
e o sangue na ponta dos dedos
Vou desenhando flores em palavras
e às vezes pássaros e sempre
vácuos
que são os silêncios, a parte perfeita da língua
Eu visto-me dessas palavras e
encanto teus olhos negros e outros rivais
teus olhos verdes
tuas mãos de homem
tua pele de bela mulher
e a qualquer um
que este rendado sirva
Pois não valho nada que
um amor vagabundo não pague
tecidos com o algodão plantado
e o sangue na ponta dos dedos
Vou desenhando flores em palavras
e às vezes pássaros e sempre
vácuos
que são os silêncios, a parte perfeita da língua
Eu visto-me dessas palavras e
encanto teus olhos negros e outros rivais
teus olhos verdes
tuas mãos de homem
tua pele de bela mulher
e a qualquer um
que este rendado sirva
Pois não valho nada que
um amor vagabundo não pague
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Vadiagem 2
Não me tente
Com este teu
corpo suado os olhos
brilhando
Com esta mão que
brinca em meus cabelos
E o desejo que
dança
À nossa volta
Parece querer
matar o mundo
e deixar nós
dois
Não me tente
o dia é quente
Não há cerveja
que sacie
A sede da tua
boca
Vadia, heim
Eu ando assim meio solta pela
vida
me mostrando toda
de desejo
Por qualquer moço bonito que
passa
e aquele olhar
Que me faz nua nua
e eu rogo mais este olhar
eu me derreto por dentro
e me rebrilho por fora
e me refaço mais bonita pra você
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