Eu faço poemas de renda
tecidos com o algodão plantado
e o sangue na ponta dos dedos
Vou desenhando flores em palavras
e às vezes pássaros e sempre
vácuos
que são os silêncios, a parte perfeita da língua
Eu visto-me dessas palavras e
encanto teus olhos negros e outros rivais
teus olhos verdes
tuas mãos de homem
tua pele de bela mulher
e a qualquer um
que este rendado sirva
Pois não valho nada que
um amor vagabundo não pague

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