A chuva escorre em minha pele, com carícias que se
assemelham às suas mãos que percorrem meu corpo todo, e visitam as doçuras
dentro em mim, e abrem-me flores amassadas entre minhas pernas.
As folhas caídas das pequenas arvorezitas
perfumam meus pés dançantes, como meu desejo perfuma-se de ti quando
encontram-se nossas peles, em atritos delicados e aliciantes. Eu desejo a ti em
todas as estações de chuva e sol, eu desejo tua vida impressa na minha vida ao
infinito.
Sufoca-me a ausência desta posse que tens de mim, do meu
corpo, do desejo da minha boca, das sedes e de todas as lembranças que minhas
mãos abarcam. Quero-te alcançar, quero estar em tua órbita, mulher que tem a
pele doce e cálida, tâmaras nos desertos que meu corpo percorreu até teu
encontro. E chove em mim, escorrendo as águas caudalosas do amor que fazes
nascer em mim.
Gotas quentes de chuva, beijos quentes de ti. E sinto teu
peso em mim convertida que sou em rios, fogo e águas.

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