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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Dia terceiro sem ti


Este é mais um dia denso como rios de vidro: escorre lentamente e cristaliza-se em meu corpo criando uma queimadura de tua ausência. 
Amanheço entre os desejos de tua pele cheirando a madeira recém ferida, de teus calores lentamente despertos, de teus olhos amassados de sono. 
Percorro os lençóis com minhas mãos pedintes e eles nada têm de teu calor. 
Sinto agora invadir-me teu corpo, ainda que as distâncias se estiquem quase infinitas entre tu e eu... 

Distâncias oceânicas que o meu coração de pedra e sal vence em pontezinhas de lembranças de ti: teu rosto iluminado de risos! 
Teus olhos de prata e bronze penetrando os meus olhos de água! 
Tua pele morena de uma cor de sóis brilhantes na minha pele em fogo! 
Teus beijos, ah teus beijos que me enlouquecem o corpo e refrescam a alma desejando-te demais! 
Tuas mãos pequenas e firmes deslizando em mim como no piano! 
E agora, tua voz vencendo as distâncias, as saudades: na certeza de que tu existes na tua ausência não me sinto só...


Amo você, verdadeiramente amo você sem limites, a você dedico meus desejos de amor, minhas alegrias por encontrar-te. 
Com você quero caminhar pelo mundo inteiro e em teu corpo fazer-me porto, e em teu respirar fazer-me vento, e nas águas de nós duas fazer-nos mar.

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