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sexta-feira, 18 de abril de 2014

O primeiro dia sem ti


Partindo, daqui o lago espelha nuvens chumbo. A noite chegando se aprofunda em escuros, e meu coração quer teu calor, mulher de meus desejos, mulher que eu amo tanto.

Este amor que arrebatou-me o corpo e os sentidos que me guiam, e colocou-me na trajetória de teu encontro. Eu não saberia que os riscos de amar-te estavam em não tentar te amar mais que um encontro. Assim parece ser feito o amor, de um encontro. Um encontro não, o encontro. Aquele que faz presente todos os dias contigo, e faz esquecimento o passado e o futuro que poderiam engravidar-me de lembranças. Agora, só tu existes, só tu és presente em mim.

Então eu me afasto de ti e sofro. Dói-me como doem as feridas por arranhões de espinhos, por corais marinhos, por queimadura de lagartas. Dói, presente.


Caminho por corpos que são escombros, por lugares que são cinzentos, e anseio que o tempo escorra veloz no vortex dos dias até que de novo eu te veja.

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