Abro meu corpo
uma arca de quinquilharias
e tu espias
devagar e sem pressa
sem deixar suas digitais
Porque o crime do amor
que abandonas
Este
é perfeito demais
E sem castigo
sábado, 1 de novembro de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Dia terceiro sem ti
Este é mais um dia denso como rios de vidro: escorre
lentamente e cristaliza-se em meu corpo criando uma queimadura de tua ausência.
Amanheço entre os desejos de tua pele cheirando a madeira recém ferida, de teus
calores lentamente despertos, de teus olhos amassados de sono.
Percorro os lençóis
com minhas mãos pedintes e eles nada têm de teu calor.
Sinto agora invadir-me
teu corpo, ainda que as distâncias se estiquem quase infinitas entre tu e eu...
Distâncias oceânicas que o meu coração de pedra e sal vence em pontezinhas de
lembranças de ti: teu rosto iluminado de risos!
Teus olhos de prata e bronze
penetrando os meus olhos de água!
Tua pele morena de uma cor de sóis brilhantes
na minha pele em fogo!
Teus beijos, ah teus beijos que me enlouquecem o corpo e
refrescam a alma desejando-te demais!
Tuas mãos pequenas e firmes deslizando em
mim como no piano!
E agora, tua voz vencendo as distâncias, as saudades: na
certeza de que tu existes na tua ausência não me sinto só...
Amo você, verdadeiramente amo você sem limites, a
você dedico meus desejos de amor, minhas alegrias por encontrar-te.
Com você
quero caminhar pelo mundo inteiro e em teu corpo fazer-me porto, e em teu
respirar fazer-me vento, e nas águas de nós duas fazer-nos mar.
Segundo dos dias sem ti
A chuva escorre em minha pele, com carícias que se
assemelham às suas mãos que percorrem meu corpo todo, e visitam as doçuras
dentro em mim, e abrem-me flores amassadas entre minhas pernas.
As folhas caídas das pequenas arvorezitas
perfumam meus pés dançantes, como meu desejo perfuma-se de ti quando
encontram-se nossas peles, em atritos delicados e aliciantes. Eu desejo a ti em
todas as estações de chuva e sol, eu desejo tua vida impressa na minha vida ao
infinito.
Sufoca-me a ausência desta posse que tens de mim, do meu
corpo, do desejo da minha boca, das sedes e de todas as lembranças que minhas
mãos abarcam. Quero-te alcançar, quero estar em tua órbita, mulher que tem a
pele doce e cálida, tâmaras nos desertos que meu corpo percorreu até teu
encontro. E chove em mim, escorrendo as águas caudalosas do amor que fazes
nascer em mim.
Gotas quentes de chuva, beijos quentes de ti. E sinto teu
peso em mim convertida que sou em rios, fogo e águas.
O primeiro dia sem ti
Partindo, daqui o lago espelha nuvens chumbo. A noite
chegando se aprofunda em escuros, e meu coração quer teu calor, mulher de meus
desejos, mulher que eu amo tanto.
Este amor que arrebatou-me o corpo e os sentidos que me
guiam, e colocou-me na trajetória de teu encontro. Eu não saberia que os riscos
de amar-te estavam em não tentar te amar mais que um encontro. Assim parece ser
feito o amor, de um encontro. Um encontro não, o encontro. Aquele que faz
presente todos os dias contigo, e faz esquecimento o passado e o futuro que
poderiam engravidar-me de lembranças. Agora, só tu existes, só tu és presente
em mim.
Então eu me afasto de ti e sofro. Dói-me como doem as
feridas por arranhões de espinhos, por corais marinhos, por queimadura de
lagartas. Dói, presente.
Caminho por corpos que são escombros, por lugares que são
cinzentos, e anseio que o tempo escorra veloz no vortex dos dias até que de
novo eu te veja.
Habitaçao
Apraz-me estas longas hastes e suas flores vibrando amarelos no dia
e um pingo de rosas pequenas flutuando nos cantos de muro
o caminho brilhante feito cristal em fio das lesmas sobre o verde intenso dos musgos
O chão forrado de musgos, as trepadeiras apodrecendo flores nas leiras
As pipiras inundam o piso branco com as sementinhas de goiaba, e eu sonho que elas me deem pelo menos uma
Mas não
Então como jabuticabas imensas como os olhos da donzela
E cheiro os jasmins
Cada pedacinho dela sou eu aqui dentro
e quando longe eu desejo tanto voltar
e quando chego meu coração deita na rede
debruçada nas janelas de cheiros de hortelã e lavanda
o silêncio zumbe e acolhe feito abraço
A vida é vasta, mas cabe aqui
e um pingo de rosas pequenas flutuando nos cantos de muro
o caminho brilhante feito cristal em fio das lesmas sobre o verde intenso dos musgos
O chão forrado de musgos, as trepadeiras apodrecendo flores nas leiras
As pipiras inundam o piso branco com as sementinhas de goiaba, e eu sonho que elas me deem pelo menos uma
Mas não
Então como jabuticabas imensas como os olhos da donzela
E cheiro os jasmins
Cada pedacinho dela sou eu aqui dentro
e quando longe eu desejo tanto voltar
e quando chego meu coração deita na rede
debruçada nas janelas de cheiros de hortelã e lavanda
o silêncio zumbe e acolhe feito abraço
A vida é vasta, mas cabe aqui
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
No caso de amor, abra o livro
Se
em cada palavra guardasse um beijo
em cada poema uma declaração de amor
te escreveria a própria biblioteca
de
Alexandria
em cada palavra guardasse um beijo
em cada poema uma declaração de amor
te escreveria a própria biblioteca
de
Alexandria
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