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domingo, 20 de março de 2011

Estudo sobre a chegada I

O que é, a noite em teus olhos, o que é a noite? ... Eu tenho a noite que arremeda teus olhos de poços onde me debruço, esta noite santificada das criaturas de silêncio, e meu desejo vaga
em teus olhos negros, eu cega.
Estarão as campinas verdes amanhã?

O que é, o vento em teus cabelos, o que é o vento?... Eu desejo o vento que passa em teus perfumes, arrasta um doce caminho de teus perfumes. Quase antigo, um vento egípcio, santa Maria Madalena de meus olhos flutuas
em meus olhos, o mar, flutuas.
Fazem sons de folhas os passos dos amigos:
assustam o animal em meu corpo,  desejo que é lebre, tem os cães em seu encalço.
E segue o vento que voa de ti, perfume lasso em minhas narinas,
o desejo arisco voa para ti, os cães em se encalço.
Serão as campinas verdes amanhã?

Talvez navegues nos campos como nos meus olhos de mar. Lágrimas?
Terei que te saciam a boca, ressecada pelos ventos:
não há umidade neste vento que me cerca, se é tanto desejo?
Onde o teu desejo, que umedece os lábios e derrete a pele em líquidos distintos da água, corroída de sal.

Por que me feres? Em teu entorno balançam pássaros suas asas delícias brancas e mel. Mal posso tocar-te, são esses pássaros tolhidos de medo, e me ferem teus dedos de mel.
O decoro das peles muito lisas que te cobrem me fere, pelos de mel.
Maciez de tua voz que me afasta, risos de mel.
: La belle dame sans merci.

Caminho na campina, mas é noite e te debruças sobre o tempo, tornando negro o ar que me penetra.
Terás vagos os lábios para meus beijos?
Serão as campinas verdes amanhã?

Onde me abrigarei desta chuva fina em meus olhos, senão em tua longa cabeça deitada sobre o mundo?
O mar é meu desejo nos olhos.
O mar reflui o corpo e molda a suavidade de tua aproximação fugaz.
Virá, talvez, no vento dos dias claros e
serão as campinas verdes de mar.
: Em mim navegas.

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