Áspero é o pelo que recobre tua pele quase gasta nestas tardes em que pareces esperar
que eu repouse
em qualquer lugar que não seja teu corpo e
presa de uma gravitação abrupta em tua órbita
Eu caia
sobre ti, e meu peso
destruindo as imensidões de solidão que cativas
que cultivas em extensos arrozais e em rápido cigarro
Soa tua canção, eu não partirei qualquer dia
deixarei então que a entoes
e seu significado encontre meu corpo aberto, úmido de um ávido desejo
mordidas de bicho, oh bicho
que pobremente arrasta a solidão pelos cantos cristalizados do olho,
Em meus olhos: águas
Isto ah não terás tão facilmente agora que perdes
Tua conexão com o mundo, eu sou
poder de bruxa casta, de vento rubro de fogos, de casas abertas e claras
de uma eternidade que não tocas nunca
Exato corte de punhais
primavera gritada nos muros: gentileza gera gentileza
frutos alimentam frutos
palavras são silêncios cortados por rios
e eu navego
estendidas velas sopradas para o oeste de teu corpo
em órbita feroz de meu corpo celeste
Teu cometa me escapa
e definitiva vais pelo deserto perder-te, entrar pelo esquecimento que governa qualquer amor que não houve. Primaz só o vento do meu hálito
Deusa em tuas noites
Rasgo de sangue e gasolina em teus dias...
