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domingo, 30 de junho de 2013

Um poeminha é um poema, é um cisquinho
Para seu olho lembrar que longe
Eu choro rios
Eu fico triste
Eu faço ventos pra teu perfume

Me alcançar.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Seis

Mas que coisa pequenina
Este poema:
Só um lembrete
Mulher que amo
Estou te amando
Estou sonhando
Tô esperando

Você chegar.

Cinco

Estas horas como cadeiras de balanço e ondas
Que me contêm
Que movem tudo
Mas que não passam

Eu só percorro as horas mansas da tarde
Até que invadam a noite doce
Que em teu colo

Eu vou ficar.

Quarta

Dupla dose de saudade e silêncio.

Mas o teu rosto branco em cristal
Mas o teu perfume em minha boca
Mas o contorno
De teu riso, o olho olha a cada tempo
Que antes hora
Ora minuto
Agora segundo
Que já não passa.

Ah, mas vai passar



Nem que eu gire o mundo até que chegue em teu lugar!

Três


As horas ímpares, feitas de sal
Sobre a saudade em pele aberta
Ardendo o fogo de não estar

Perto de ti.

Duas

As horas são coisas, como pedra e sal,
Como cadeiras de balanço nas varandas

As horas são como bichos, e plantas verdes, e são
Imóveis como os gatos dormem.

As duas horas são pedras desfazendo-se em solo fértil
Pra crescer uma saudade ruidosa de ti

Quando eu vou.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O amor e a flor

O amor me deu uma flor
que não desfaz-se
Imensa e vermelha com sua simplória haste ereta
em frente ao meu corpo

Pingo palavras nos cadernos
Visto poemas com paisagens ríspidas
num pedral bruto entre mim e as estradas

Nenhuns gestos me aproximam do humano
Todas as vozes voltam em um eco de gestos liliputianos

Mas eu olho esta flor
No meio de tão nada
E meu coração escorre loucamente
feito um pé de vento
ou uma inundação

Casamento

Joaquim ensimesmado cresceu um olhar pro meu ladinho
Eu disse não, e logo fui
pegar muleque solto no aluvião do rio
pra enricar a mãe
e descansar o pai
e mesmo, comprar vitrola para derrotar os silêncios

Mas, homem teimoso Joaquim achou pepita
e me deu:
braço e casa, e um jardim repleto de musgos

Eu passo os dias todos circunvexa tolamente rindo
Se a felicidade não há
eu já sabia
Joaquim me dá um naco da dele, e me basta

Presente

Eu faria para você uma canção inútil
Uma palavra sem sons
como aquele voo recém-alçado dos pássaros ainda em penugens

Chegará o verão
e não teremos ido senão até o mar
à beira do mar e seus destroços
(embora nunca haja tempestades nessas praias sem marcas)

Mas teremos muitas estórias
de besouros bravos, de frutas vermelhas, e de
cactos eretos entre os arbustos de flores estupendamente amarelas sem perfume
Eu estarei queimada dos sóis
destes tantos dias
e tu
estarás nua por meus desejos
imensos e
efervescentes

Nada será diferente
O amor
manterá os relógios à distância de nós


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Definitiva

Mulher que minha pele queima
em tua espera
em tua órbita

Corpo
de meus lagos olhos
de meus rios gozo
de minha sede

Dispo-me de todos os mundos, os raimundos, os outros corpos
e outro mar

Mato os outros monstros (e alguns dragões)

E sou teu fogo, o teu dragão de fogo e beijos
A tua sarça a minha força
A nossa vida

O todo amor