I. Já conheço os passos dessa estrada
Ou não conheço, desconheço a mim mesma, recém-descoberta (é
assim que se escreve na nova ortografia?),
Uma mulher, uma coisa, uma espera de teu gesto, um abrigo em
teu abraço que não vem, ou será...
II. Sei que não vai dar em nada
Recorrer a santos, a sais, a choros
Não refaz aquela hora de te olhar de cheio, e sumos
Produzir, e na tela aberta do meu micro a tua foto me sorri.
III. Seu segredo sei de cor, em vermelhos de meu fogo, em azul dos verdes olhos
com que te dispo
Em sonho, em sono, em meu limbo onde
As palavras são a única senha para eu te esquecer, mas
Elas traçam tua geografia de seios e sumos, de mãos e gelo,
de boca e dentes, de um único gesto que tem hoje, agora, sempre e muito,
definitivamente o poder
De me matar e fazer viver
V. E sei também que ali sozinho, o amor carrega o fardo de cães, gatos, bebês e lembranças.
VI. Eu vou ficar tanto pior a cada milha, em cada poço, um rio de lágrimas e desgosto, paciente terminal de aeroporto
IV. Já conheço as pedras do caminho, as que rolaram sobre
mim e me acordam toda noite
Em suores vis que te desejo
Que te apalpo e quero,
E nem assim
Posso.
V. E sei também que ali sozinho, o amor carrega o fardo de cães, gatos, bebês e lembranças.
O amor estará em guarda
Caso tua memória desfaleça, tua vontade esqueça, tua razão
fique lúcida,
O amor haverá de te fechar os olhos à dor,
E te levar pela mão aos campos de flores onde tu a plantaste
E ela dorme em teu sonho tão bela, em tuas mãos o perfume de
seu sexo aberto em luz de uma manhã que será sempre a mesma, a nunca chegada.
E tu haverás de sorrir e guardar este amor para sempre, uma
jóia e uma cicatriz de dragões.
VI. Eu vou ficar tanto pior a cada milha, em cada poço, um rio de lágrimas e desgosto, paciente terminal de aeroporto
Pois que te espero,
Pois que te quero
Pois que o amor é o que tenho neste buquê para te dar
Se
Em algum tempo
Algum momento desta rota
Em ti chegar
.
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