Nesta noite, entre mortos e
feridos sobramos eu
e o amor
Esgazeados olhamos a falta
de teu olho, a marca abstrata
de tuas mãos em meu colo
e o silêncio que não és tu.
Mas que seremos nós
Senão despojos
do teu naufrágio
Só navegamos teu corpo
E se pões em calmaria
ou refugias no porto espesso
dos nadas
A surda violência aflorada,
besta que o meu dragão de amor
teme tanto
a ríspida cria do teu desespero
e imobilidade
arrastam-nos para os recifes
do esquecimento

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